sábado, 11 de setembro de 2010

Jogue fora o que não serve mais

'Por que você deve jogar 100 coisas fora já' - é uma das chamadas da capa da revista Bons Fluidos desse mês. Uma publicação deliciosa, e que desde menina mergulho a cada texto e reflito. É como uma sessão terapia. 

Sempre acreditei nessa teoria de que é bom se livrar daquilo que não usamos, que não nos serve mais. Pra abrir espaço pro novo. Uma vez, há muitos anos atrás, nessa mesma publicação li que quanto mais a gente juntava coisas, nossos 'fios' de energia iam se dividindo pra dar conta dessas coisas, e ia de certa forma afinando o fio das demais. Ou seja, dispersão do foco de energia. Nunca mais esqueci. Portanto se algo não nos serve é melhor descartar, reforçando as energias praquilo que realmente interessa.

O desapego é um dos mais importantes preceitos defendido pelo Budismo, que acredita que o desejo é a causa de todos os sofrimentos, ou da grande maioria deles. O desafio proposto pela matéria é o de jogar 100 objetos/ sentimentos que só atrapalham a vida e o caminho. Dentro de casa, do escritório, de nós mesmas. Achei um bom exercício.

Do quarto posso jogar sapatos velhos, frascos de perfumes, esmaltes ressecados, cremes de cabelo fora de uso, e talvez de validade. Do banheiro os shampoos velhos, vazios, a pasta de dente quase acabada, quando uma nova já entrou em uso. Da sala jornais velhos, brinquedos e papeis. Da cozinha temperos, tampas sem potes. Garfos tortos, copos lascados. Do coração mágoas, sofrimentos, temores. Aquele rancor do passado que não trouxe nada. Jogar fora o que não serve. Os sentimentos, objetos, pessoas. Sim. Tirar do caminho, da vida. Deixar o espaço livre. Pro novo. Novas pessoas, sentimentos, objetos. Nova vida. 

Porque você deve jogar 100 coisas fora?
Por que o novo te espera, e não há tempo a perder com cacarecos. Coisas velhas, inúteis, e que ocupam espaço e energia.


Fica a dica. Boa matéria da Bons Fluidos. Fez refletir. Recomendo. Sempre.






'Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.'  -  bem escreve Caio Fernando de Abreu.


'Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer...'   -  Clarice Lispector pra encerrar.








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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Trecho solto ao vento, de Caio Fernando de Abreu



        'A nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir mais fundo, de não sentir medo desse mais fundo. Parece difícil de você enxergar que insistir nisso é perda de tempo, é perda de vida em uma causa perdida. Ouça aqui, mocinho. Não fique pensando que o mundo lhe pertence não. Não caia nessa onda. E outra coisa ? Não se esforce. Pelo menos não tanto, não fique aí remando contra a maré, dando murro em ponta de faca.

        Veja - se não fora pra ser, não vai ser. Acredite em mim. Coisa boba essa sua tentativa de ir alem. E olhe, eu não estou pedindo pra você desistir não, não é isso. Eu só quero que você pense mais, que leia mais. Que tenha argumentos melhores...'   



        Caio Fernando de Abreu*




terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sinais. Eu acredito.

Vou considerar um sinal.
Já li 'Comer rezar amar' de Elizabeth Gilbert em 2008. O livro conta a história de uma mulher a beira dos 30 anos, com tudo 'resolvido' e que de repente resolve se separar. Abandonar um relacionamento que não tem nada de errado exatamente. Ela está no contexto errado. Na hora errada.

As identificações com a leitura foram várias. Sabe aqueles livros que dá vontade de não parar de ler? Uma leitura que 'desliza' - com incrível narrativa. Várias são as frases destacadas com marca texto. Esperando pelo próximo passar de olhos.

Entre as leituras que já existiam, entrei num desses momentos de necessidade de ler algo que fizesse 'efeito'. Eu sempre me ajudo com livros. É um hábito desde menina. Com frases, reflexões. Sim, autoajuda. Vi na estante 'Comer rezar amar'. Resolvi ler de novo, pra relembrar. E não é que como da primeira vez, adorei e surtei a cada página. Quantas frases conversam comigo.
 
Na página de agora: 'Solidão começa a me interrogar, coisa que sempre detesto porque sempre dura horas. Ela é educada, mas implacável, e sempre acaba me encurralando. Pergunta se eu acho que tenho algum motivo para estar feliz. Pergunta porque estou sozinha essa noite, outra vez.... Pergunta onde acho que vou estar quando ficar velha, se continuar vivendo assim.'

Não é pra parar pra pensar, quando é o momento que se vive? E essa é apenas uma frase, das inúmeras.
Lendo ontem a revista Gloss desse mês e eis que tem uma matéria sobre? Julia Roberts em seu papel como protagonista de? Sim... Comer rezar e amar, que tem estreia prevista para o próximo dia 24.

Comprei a revista do nada. Resolvi reler o livro, passado-o na frente de tantos outros novos, do nada.
E aí leio sobre ele. Será um sinal? Eu senti que sim.
Vou estar atenta a cada frase da obra. E sobretudo a mensagem final. Bóra pra (re) leitura. Recomendo.