Não sei sobre o que escrever. Acontece tanta coisa ao mesmo tempo que perco a noção de relevância algumas vezes. O que de fato importa? Marcou efetivamente meu dia e me estimulou o pensamento? Pode ser tantas coisas. Talvez a conversa da hora do almoço. Interessante e estimulante, com pessoas inteligentes e importantes. Ou quem sabe o sentimento da noite de ontem. Diferente e insana. Com particularidades que só as paredes definiriam com perfeição. Ou a notícia do começo do dia. Mas qual notícia específica, em detrimento das outras, das quais ficamos sabendo rasas informações no cotidiano, tomado pela pressa?
Sobre a música. Como ela se encaixa no momento, o que ela diz e representa. Como é gostoso ouvir certas vozes cantar? Maria Gadu invade o momento.
Sobre as reflexões no decorrer da semana a respeito da vida, e seus temperos e dissabores?
Não sei. Quem sabe sobre o feriado que será numa terça e tem lugares emendando o sábado. Como assim? Ainda dava pra falar sobre a chuva, anunciada pela previsão do tempo no domingo e/ou segunda, e que é desde já celebrada, visto que o ar seco está acabando com todo mundo.
Ou sobre as ideias de uma nova oferta de trabalho. Sobre a Serra da Mantiqueira, que estava linda hoje a tarde. Sobre amigos, que bem valiosos. Dava pra escrever sobre a monografia da pós que ainda não comecei. Sobre o carro que quebrou.
Ou falar sobre aquele projeto social que tenho na gaveta, de um modelo de jornal com uma determinada comunidade, nas redondezas de onde moro. Dava pra falar sobre a terapia em grupo via msn com as amigas de faculdade, que vão ficar pra sempre na memória. Quantas trocas. Sobre o anoitecer nas montanhas. O som alto vindo do quarto do filho pré adolescente. Os helicópteros que já estiveram essa semana pousando no heliponto do Palácio da Boa Vista.
Dava pra falar sobre tudo. Sobre cada coisa. E mesmo assim deixaria muitas outras de fora.
Resolvi então falar sobre nada. E só pra não deixar de escrever, postei.
Enquanto escrevo toca pra inspirar...
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